sexta-feira, 31 de maio de 2013

O Código de Ética Jornalística (Que serve de norma aos jornalistas do Sigma)



 Lido por Plínio Salgado no Congresso Nacional de Imprensa de Belo Horizonte, em 1936.

I - Não escrevas sem conheceres o assunto de que tratas.

II - Faze do jornal um órgão ativo de educação e creação, e jamais um órgão passivo, escravizado ás massas.

III - Respeita o teu leitor; ele confia na tua informação; sê verdadeiro e justo.

IV - O século 19 foi o século do jornal disponível, a praça publica onde se erguiam as vozes de todas as opiniões; mas este século cheio de angustias, é o século do jornal doutrinário, porque o povo quer se orientar.

V - Uma grande manchete escandalosa pode render mais alguns nikeis no balcão, mas isto pode custar o preço da dignidade de um jornal.

VI - Pensa três dias antes de publicares um ataque pessoal; ao fim de três dias. mesmo quando, esse ataque for considerado justo, substitui, se puderes, esse artigo por uma pagina doutrinaria.

VII- Risca do teu dicionário toda palavra caluniosa, injuriosa, imoral, grosseira; é uma questão de higiene e de decência, de nobreza e de estética.

VIII - Eleva-te; verás melhor e todos te verão melhor.

IX - Quando tratares de fatos concretos pergunta: tenho as provas?

X - Sempre que tratares de u ma questão técnico-especializada, em que não sejas profundo, não te entregues ao critério de um único especialista; muitos jornais honestos adquiriram injusta fama de venalidade, porque seus diretores não tiveram essa precaução.

XI - Cuidado com os amigos, mais do que com os inimigos; estes já os conheces, mas aqueles podem, até mesmo de boa fé, servir a interesses desconhecidos ou inconfessáveis
.
XII - Defende e prestigia a tua classe; sê solidário com os teus colegas; e ao teu próprio adversário, se ele é digno, rende lhe as homenagens nos limites da tua dignidade, socorre-o nos momentos que se tornar necessário o teu concurso.

XIII - Não disfarces com a neutralidade da matéria paga qualquer publicação que contrarie a orientação do teu jornal.

XIV - Lembra-te de que o teu jornal tem ingresso nas casas das famílias brasileiras; evita tudo que puder ofender a dignidade de olhos e ouvidos cristãos.

XV - Não acredites que a mentira possa prestar serviços á tua causa; a verdade pode não conseguir as primeiras vitorias, porém a ultima sempre lhe pertence.

XVI - É uma injuria ao povo e um grande erro dizer que um jornal precisa descer de nível para que o público, o compreenda; crê nas poderosas intuições do povo e estimula nele a consciência do seu valor em vez de deprimi-la.

XVII - Evita a exploração do sensacionalismo; além de constituir um comercio da desgraça alheia, é um incentivo pernicioso aos espíritos fracos.

XVIII - Realiza a independência financeira do teu jornal; a imoralidade da redação procede sempre da penúria da gerencia.

XIX - Defende a liberdade da imprensa, mas não confundas liberdade com direito de calúnia, de mentira e de venalidade.

XX - Escreve como se escrevesses com o teu próprio sangue, á luz de tua própria alma.

XXI - Quando sentares á tua mesa para escreveres aos teus concidadãos, lembra-te que toda a tua dignidade profissional decorre de estares em função de superiores interesses nacionais.

Retirado do site: http://www.integralismo.org.br/?cont=894&ox=17

terça-feira, 28 de maio de 2013

Código de Ética do Parlamentar*




I – Aprofundai-vos no estudo dos problemas brasileiros e trazei às Comissões de que façais parte e ao Plenário as vossas conclusões, expondo-as em alto nível de cultura e clareza didática.


II – Examinai a situação social, econômica, moral e política das nações, no mundo contemporâneo e, em se tratando das posições que deve adotar no complexo da vida internacional, procurai a que mais convier aos interesses da defesa e da segurança brasileiras e das instituições democráticas vigentes em nosso País.


III – Combatei todos os agentes da corrupção que através dos meios de comunicação (livros, imprensa, teatro, cinema, televisão e rádio) procuram decompor as bases tradicionais da nacionalidade.


IV – Elevai vossos debates acima das competições pessoais, de ódios ou ressentimentos, de paixões ou de simples demagogia, porque, se assim procederdes, sereis respeitados pelos vossos pares e por toda a Nação.


V – Nas vossas relações com o Poder Executivo, procedei a conversações das quais resultem conversas prévias ao Legislativo – através das Lideranças dos Partidos – afim de que as mensagens, projetos e decretos da Presidência da República sejam conhecidos antes de serem enviados ao Congresso e desde hajam recebido, antecipadamente, a aprovação, ressalvas e opiniões, numa colaboração íntima e sincera que colocará o Poder Político acima do arbítrio de técnicos e teóricos alheios às realidades nacionais.


VI – Não sois apenas legisladores, mas representantes do povo e, nestas condições, promovei os meios de serdes recebidos com maior facilidade pelos órgãos do Poder Executivo, que vos devem prestar homenagem de apreço, para que não sejais menosprezados pelos vossos concidadãos, confiantes em que mereceis do Governo a consideração devida a um parlamentar.


VII – Esforçai-vos para que as Lideranças não contraírem os pareceres das Comissões relativas a projetos, que o Plenário rejeita por imposição de órgãos do Executivo.


VIII – Se fordes oposicionistas, não leveis a vossa oposição ao ponto de contrariar evidentes interesses nacionais contidos em proposições justas, só pelo fato provirem do Poder Executivo, mas procurai cooperar, com emendas esclarecidas e comentários na tribuna, estabelecendo, entre o Executivo e o Legislativo, uma perfeita harmonia.


XI – Fazei de vossa vida parlamentar um prolongamento da vossa vida particular e familiar, pautada por nobre comportamento e dignidade pessoal, lembrando-vos da máxima cristã, quando declara: “quem não é fiel no mínimo não será fiel ao máximo”.


X – No exercício da função parlamentar, fortificai, dia a dia, a consciência de vossa responsabilidade perante Deus e o vosso amor à Pátria. Com sadio otimismo inflamai-vos de entusiasmo pelo que fomos no passado, pelo que representamos no presente, pelo que seremos no futuro. Promovei, dentro e fora do Parlamento, em todas as oportunidades, a mística da Grande Nação e assim dareis alta expressão ao Poder Legislativo, prestigiando-o como sustentáculo da ordem interna, do equilíbrio dos Poderes e da sua projeção entre os povos civilizados.

·        *Redigido e apresentado por Plínio Salgado no momento em que ele se despedia da Câmara dos Deputados, após dezesseis anos nessa casa de Representação do povo brasileiro, em sessão do dia 3 de dezembro de 1974.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Código de ética do estudante



I - Faze da tua crença em Deus e nos destinos sobrenaturais do Homem a luz que te guiará no meio da confusão dos desorientados e da corrupção dos costumes. 

II - Toma o Brasil que herdaste dos teus maiores e transmite-o engrandecido e mais belo à geração que te suceder.

III - Imita os heróis da tua Pátria, cultua as tradições da tua gente, confia nas imensas possibilidades do teu povo, fala-lhe transmitindo-lhe o fogo do teu ideal; e, falando ou escrevendo, estudando, ou agindo, crê no futuro do Brasil. 

IV - Sustenta o principio da Família e honra a teus pais. A Família, primeiro grupo natural, é o próprio fundamento da Pátria e o bom filho será forçosamente bom patriota e saberá um dia constituir o seu lar com dignidade cristã e sentimento de responsabilidade histórica. 

V - Sê honesto em tudo o que pensares, disseres ou fizeres. Reflete antes de dares a tua palavra e, se a empenhares, cumpre-a, ainda que isso te custe o maior sacrifício. Evita, pois, prometer o impossível e considera desonroso prometer e não cumprir.

VI - És estudante e deves estudar; és moço e podes divertir-te; lembra-te, entretanto, de que és também brasileiro e deves uma parte do teu tempo aos interesses da tua Pátria. 

VII - Honra o diploma que um dia conquistares, mas não o coloques acima do teu saber.

VIII - Não permitas que o profissional elimine o Homem que vive em ti. 

IX - Nos exames e concursos, nas empresas que empreenderes e nas funções que desempenhares, se não puderes ser o primeiro, procura aos menos ser um dos primeiros. 

X - Jamais coloques as conveniências da tua carreira política, profissional ou social acima da tua trajetória moral e espiritual, em que o vulgo talvez não te perceba, mas em que te elevarás aos olhos de Deus, engrandecendo-te ainda perante a Posterioridade.

XI - Lembra-te sempre de que a verdadeira grandeza está na virtude e não no êxito dos negócios ou da carreira, porque os bens do mundo são inconstantes e podes perdê-los, ao passo que os bens acumulados em ti mesmo à custa de aperfeiçoar-te no saber e na dignidade, nenhuma força conseguirá destruí-los.

XII - Nunca julgues o valor dos homens pelo poder ou pelas honrarias que desfrutam; julga-o, antes, pelo teor do caráter, que se revela na coerência das atitudes, na humilde simplicidade ao colher o lucro da vitória e na calma viril ao sofrer o peso da derrota. 

XIII - A altitude de uma montanha só se avalia do alto de outra montanha; eleva-te, portanto, moralmente, e só assim poderás ter noção exata da grandeza ou da mesquinhez dos homens do teu tempo. 

XIV - Não te impressiones com a riqueza dos ricos e o brilho dos que esplendem em altos postos; impressiona-te, sim, com a sabedoria dos sábios, o heroísmo dos heróis e a santidade dos santos.

XV - Combate todas as normas ditas do direito, originadas pela imposição da força; cultua a verdadeira justiça, que se funda na razão e se inspira nos valores espirituais. Contribuirás, assim, pelo predomínio do moral sobre o material, para que reine a verdadeira paz entre as pessoas e as nacionalidades. 

XVI - Prefere a minoria esclarecida à maioria inconsciente e cega pelas paixões e interesses transitórios. 

XVII - Habitua-te a consultar o mais íntimo da tua consciência, a fim de que te não iludas por alguma voz que te engana falando em lugar dela, nas horas em que te deixas levar pelas paixões ou pelo desejo de desempenhar um bonito papel cortejando a fácil popularidade.

XVIII - Não sejas como os ignaros, que se guiam pelos títulos de jornais escandalosos e dão crédito, sem nenhum exame, ao que está em letra de forma. XIX - Ensina o povo a raciocinar; é esse o meio de o libertar dos tiranos, dos aventureiros, e mistificadores.

 XX - Evita a demagogia balofa, o palavreado sonoro e vazio, a literatura banal, os tropos oratórios sem conteúdo; fala quando tiveres o que dizer e dize-o com sinceridade, porque a força do discurso está na convicção do orador.

XXI - Arranca a juventude da disponibilidade, da inércia, da indiferença que a aviltam faze-te apostolo, dissemina entusiasmo, mobiliza os da tua idade para a obra fascinante da construção nacional. 

XXII - Estuda os problemas nacionais, tendo em vista que não, existem problemas isolados, pois todos se conjugam e devem ser resolvidos em largo plano de realizações.

XXIII - Entre um lugar no governo e um lugar honroso na História, prefere este, do qual ninguém poderá remover-te nem demitir-te, nem aposentar-te. 

XXIV - Sê um homem de pensamento, mas um homem de ação. O pensamento para transformar-se em ação precisa, primeiro, transformar-se em sentimento. Ideia que não é sentida é ideia morta. A ação é forma objetiva de ideias vivas, oriundas de realidades e criadoras de novas realidades. Cultiva o ideal, mas sê realista.

XXV - Procura conhecer a fundo a profissão que abraçares; faze dela um instrumento da tua cooperação na obra da felicidade humana e da prosperidade da Pátria. 

XXVI - Não abdiques nunca a tua personalidade, para vestir a libré de áulico ou beijar as mãos que distribuem empregos ou bons negócios em troca da alma dos beneficiados.

XXVII - Combate o burguês que está dentro de ti. A burguesia não é uma classe, é um estado de espírito. É o conformismo, o comodismo, o interesse vulgar, o prazer mesquinho, a incapacidade de ideal, a demissão dos deveres, a submissão ao cotidiano, o fatalismo inerme, a indiferença criminosa, o abandono a rotina, o egoísmo cego a ostentação ridícula, a descrença e a incapacidade de ação. Liberta-te desse mal do século; será o primeiro passo para a libertação de tua Pátria e da própria Humanidade, hoje oprimida pelos seus próprios vícios. 

XXVIII - Não te consumas em elucubrações estéreis e dúvidas doentias alimentadas por ti mesmo. Entre os negativos e os dubitativos, sê afirmativo.

XXIX - Primeiro, convence-te; depois, convencerás aos outros. 

XXX - Não te faças escravo do último livro que leres.

XXXI - Sê brasileiro; não é difícil; basta que sejas o que és e não o que os estrangeiros e os esnobes, os internacionais e os cosmopolitas querem que sejas. 

XXXII - Pergunta diariamente à tua consciência: que fiz hoje para enriquecer a minha inteligência, para aprimorar as minhas virtudes, para beneficiar os meus semelhantes, para servir a minha Pátria e para agradar a Deus? 

XXXIII - Estuda a História do Brasil, não como um espectador, mas sim como um participante dos acontecimentos por ela revelados; no momento em que a estudas, constituem uma continuidade da narrativa heroica: és a derradeira palavra do Passado e a primeira palavra do Passado e a primeira palavra do Futuro.

XXXIV - Aprimora-te na arte de bem falar e bem escrever a tua língua; um povo que perde a tradição da palavra, acaba perdendo todas as tradições, porque o idioma vernáculo é o veículo da História e o instrumento intelectual da sustentação da personalidade de uma Pátria.

XXXV - Festeja com alegria a ressurreição de um jovem que estava morto e apodrecia no sepulcro da indiferença, do desânimo, da dúvida, ou da insensibilidade, porque nesse momento o Brasil tornou-se mais forte.
XXXVI - Procura primeiro, compreender, para depois te fazeres compreendido; se assim não procederes, em vez de atrair, irritas e longe de conquistar um amigo, arranjarás um inimigo.
XXXVII - Sê cavalheiro na palavra que dizes e no tom em que a proferes; isso não impede de sustentares as tuas convicções e terás mais facilidades em transmiti-las. 

XXXVIII - Não afirmes em detrimento de outrem senão aquilo que tiveres como certo e, assim mesmo, quando isso for necessário para evitar maior mal. Combate a desgraça nacional da calúnia, da injúria e da maledicência, evitando conversas ociosas a respeito de pessoas. Eleva o nível das tuas conversações e imprime aos teus debates uma impecável linha de elegância. 

XXXIX - Confessa o teu erro se te surpreendes errado; não sofismes por vaidade ou mal compreendido amor próprio, a fim de não passares por desonesto ou pouco inteligente.

XL - Se és incapaz de sonhar, nasceste velho; se o teu sonho te impede de agir segundo as realidades, nasceste inútil; se, porém, sabes transformar sonhos em realidades e tocar as realidades que encontras com a luz do teu sonho, então serás grande na tua Pátria e a tua Pátria será grande em ti.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Carta de repúdio dos Monarquistas Brasileiros ao Programa produzido pelo Partido da República

É com indignação que os monarquistas brasileiros, representados nas instituições abaixo relacionadas, se viram forçados a assistir à propaganda partidária obrigatória na última quinta-feira 14 de junho. Na referida transmissão, vimos todo um período histórico, um dos mais brilhantes da História Brasileira, ser acintosamente denegrido, utilizando-se de premissas falsas e sem embasamento nos fatos. O chamado Partido da República (PR), em seu programa, em claro abuso do democrático direito de expor sua linha de idéias, empregou boa parte de seu tempo em caluniar o Segundo Império do Brasil, quando poderia utilizar melhor o espaço para defender suas propostas, ou pelo menos, explicar por que o regime republicano está tomado por tantos corruptos...

Logo ao começo, percebe-se a impossibilidade de atacar a figura histórica de Dom Pedro II, classificado como “boa praça, idealista, querido pelo seu povo, honrado e com boas intenções”. De fato, a república não nos ofereceu nada que possa ser comparado.

Fala-se do início da favelização com a chegada de escravos libertos aos morros cariocas. Vergonhosamente, coloca-se nos negros a culpa pelo início da desorganização urbana do Brasil no século XX. Ignoram, ou fazem que ignoram, os planos da Princesa Isabel de assentar os ex-escravos em terras devolutas, em uma autêntica e verdadeira Reforma Agrária, a mesma que jamais foi feita na república. Ignoram, ou fazem que ignoram, que o Brasil Império tinha uma das maiores participações nos processos eletivos do século XIX, e que era uma nação respeitada e ocupava lugar de igualdade face às outras nações, e que a ditadura e a submissão aos interesses internacionais fazem parte da triste herança deixada pelo golpe de 1889.

Impostos demais? Como se pode fazer tal colocação se no Império tínhamos menos de um terço dos impostos que temos hoje? Tínhamos no Império apenas 17 tarifas, enquanto a república já nos cobra 62 tarifas, consumindo 40,69% de tudo o que produzimos. Essa a herança da república quanto à carga tributária.

Colocar a república como aspiração de toda a população, ao termo do século XIX, é no mínimo desconhecer a História Brasileira, ou quiçá uma pilhéria. O Partido Republicano daquela época nunca elegeu mais de três deputados. Então, como chamar a idéia republicana de popular? Pior, é do seio dos próprios republicanos partícipes do golpe de 1889 que sai a palavra comprobatória, pois Aristides Lobo, jornalista republicano, escreveu claramente que a população a tudo assistira "bestializada, atônita, surpresa, sem saber o que significava". Lógico: quem promoveu o golpe de 1889 foram as elites escravocratas revoltadas com a Abolição – os “Republicanos de 14 de Maio”. Isto irretorquivelmente mostra que o povo brasileiro não comungava das ilustres desconhecidas idéias republicanas. Em verdade, era ao Império e a Dom Pedro II que o nosso povo tinha genuíno apreço – daí a razão do banimento ao exílio de toda a Família Imperial Brasileira. Nascia assim a República Velha, ou República Oligárquica, como é chamada pelos livros de História.

Crises? Não exatamente no Império, que nos rendeu quase meio século de estabilidade institucional. Nossa pior crise é hoje, sob a república da corrupção – a maior seqüência de desonras públicas que a História já registrou no Brasil. O Povo Brasileiro está enojado, envergonhado de si mesmo e diante do mundo. Curioso é que tal associação entre Império e corrupção venha do PR, filho da fusão do Prona com o PL, partido político simplesmente afundado até o pescoço no escândalo do Mensalão. Fica aqui o desafio para que se citem no Império Brasileiro indignidades ao menos comparáveis a Mensalões, Mensalinhos, Sanguessugas ou às descobertas de Navalhas, Furacões e congêneres.

Reconheça-se, contudo, que o programa mostra que a república não cumpriu seu papel, após mais de 100 anos. Se 117 anos não bastaram, quantos mais exigirão? Fato é que, com o histórico vergonhoso que a república brasileira teve e tem, é autêntica profanação uma propaganda partidária republicana atacando a lembrança do período histórico que forjou a unidade do Brasil e o encaminhava para um desenvolvimento natural, até ter sua evolução cortada pelo golpe de 15/11/1889.

O desenvolvimento não passa pelos trilhos da forma de governo republicana, ao contrário do que a propaganda insinua. Que o digam ingleses, noruegueses, australianos, canadenses, japoneses e suecos. Aliás, o purismo da idéia de república sequer diz respeito à forma de governo, e sim à de “coisa pública”, “bem comum”. Sob essa ótica, as monarquias dão um banho de republicanismo nas ditas “repúblicas”, ao demonstrar um respeito pelo erário que não se vê na história brasileira desde 15/11/1889. Ao contrário do que a propaganda sugere, a corrupção, no Brasil, encontrou terreno fértil após o golpe da república, fato atestado por pessoas que vivenciaram ambos os períodos históricos, quais sejam Monteiro Lobato e o republicano arrependido Rui Barbosa.

Nós, monarquistas parlamentaristas do Século XXI, defendemos uma forma e um sistema de Governo que sejam baratos e que garantam a transparência, a eqüidade, a justiça, a liberdade e a democracia, bem como o inabalável respeito pelo bem comum, em proveito de todos e não de poucos – eis o verdadeiro significado histórico da palavra república.
São Paulo (SP), 07 de Setembro de 2008

Subscrevem as instituições:

Instituto Brasileiro de Estudos Monárquicos (IBEM Nacional) de Brasília - DF
Instituto Brasileiro de Estudos Monárquicos de Minas Gerais (IBEM-MG);
Instituto Brasileiro de Estudos Monárquicos do Rio Grande do Sul (IBEM-RS);
Movimento Monárquico Brasileiro

quinta-feira, 15 de março de 2012

A Luz do Baile


                                                                                                                                por Monteiro Lobato

Despercebidos de todo passaram-se este mês dois aniversários. A 2 dedezembro nasceu, a 5 de dezembro faleceu D. Pedro II. Quem foi este homem que não deixou lembranças neste país? Apenas um Imperador…Um Imperador que reinou apenas durante 58 anos… Tirano? Despótico?  Equiparável a qualquer facínora coroado? Não.

 Apenas a Marco Aurélio.

A velha dinastia bragantina alcançou com ele esse apogeu de valor mental e moral que já brilhou em Roma, na família Antonina, com oadvento de Marco Aurélio. Só lá, nesse período feliz da vida romana, é que se nos depara o sósia moral de Pedro II.

 A sua função no formar da nacionalidade brasileira não está bemestudada. Era um ponto fixo, era uma coisa séria, um corpo como os hána natureza, dotados de força catalítica.

 Agia pela presença.

O fato de existir na cúspide da sociedade um símbolo vivo e ativo da Honestidade, do Equilíbrio, da Moderação, da Honra e do Dever, bastava para inocular no país em formação o vírus das melhores virtudes cívicas...

O juiz era honesto, senão por injunções da própria consciência, pela presença da Honestidade no trono. O político visava o bem público, se não por determinismo de virtudes pessoais, pela influencia catalítica davirtude imperial. As minorias respiravam, a oposição possibilizava-se: ochefe permanente das oposições estava no trono. A justiça era um fato:havia no trono um juiz supremo e incorruptível. O peculatário, odefraldador, o político negocista, o juiz venal, o soldado covarde, o funcionário relapso, o mau cidadão enfim, e mau por força de pendorescongeniais, passava, muitas vezes, a vida inteira sem incidir num sódeslize. A natureza o propelia ao crime, ao abuso, à extorsão, à violência,à iniquidade mas sofreava as rédeas aos maus instintos a simples presença da Equidade e da Justiça no trono.

Ignorávamos isso na Monarquia.

Foi preciso que viesse a República, e que alijasse do trono a forçacatalítica, para patentear-se bem claro o curioso fenômeno. A mesma gente, o mesmo juiz, o mesmo político, o mesmo soldado, omesmo funcionário até 15 de novembro honesto, bem intencionado, bravoe cumpridor dos deveres, percebendo, na ausência do imperial freio,ordem de soltura, desaçamaram a alcatéia dos maus instintosmantidos em quarentena. Daí, o contraste dia a dia mais frisante entre avida nacional sob Pedro II e a vida nacional sob qualquer das boasintenções quadrienais, que se revezam na curul republicana.

Pedro II era a luz do baile.

Muita harmonia, respeito às damas, polidez de maneiras, jóias de artesobre os consolos, dando ao conjunto uma impressão genérica deapuradíssima cultura social.

Extingue-se a luz. As senhoras sentem-se logo apalpadas, trocam-setabefes, ouvem-se palavreados de tarimba, desaparecem as jóias…

Como, se era a mesma gente!

Sim, era a mesma gente. Mas gente em formação, com virtudes cívicas emorais em início de cristalização.

Mais um século de luz acesa, mais um século de catálise imperial, e o processo cristalisatório se operaria completo. O animal, domesticado devez, dispensaria o açamo. Consolidar-se-iam os costumes; enfibrar-se-ia o caráter. E do mau material humano com que nos formamos sairia, pela criação de uma segunda natureza, um povo capaz de ombrear-secom os mais apurados em cultura.

Para esta obra moderadora, organizadora, cristalizadora, ninguém maiscapaz do que Pedro II; nenhuma forma de governo melhor do que sua monarquia.

Mas sobrevém, inopinada, a República.

Idealistas ininteligentes, emparceirados com a traição e a inconsciênciada força bruta, substabelecem-se numa procuração falsa e destroem aobra de Pedro II “em nome da nação”.

A nação não reage, inibida pela surpresa, e também porque lhe acenamlogo com um programa de maravilhas, espécie de paraíso na terra.

É sempre assim. Não variam com a longitude nem com a latitude os processos psicológicos de assalto ao poder.

Aqui, assaltado o poder e conquistadas as posições, houve um geral arrancar de máscaras: Enfim, sós.

O “Alagoas” levava a bordo a luz importuna, a luz que empatava. E começou a revista de ano que há trinta anos diverte o país.

Que diverte, mas que envenena.

Que envenena e arruína.

O que havia de cristalização social dissolve-se; volta ao estado de geléia.

Sucedem-se na cena os atores, gingam-se as mesmas atitudes,murmuram-se as mesmas mensagens, reeditam-se eternas promessas.

O povo, cansado e descrente, farto de uma palhaceira destituída damínima originalidade, cochila nas arquibancadas. Nem aplaude, nemassobia; dorme e sonha, entre outras coisas, com o inopinado surto em
cena de um delegado de polícia louro e dez praças de uniformedesconhecido, que ponham fim a pantomima.

Não intervém para realizar por mãos próprias o “basta”, porque se sente tão gelatinoso como os atores. Nada o galvaniza, não o espanta nenhum jangotismo de tony.

Abudistado,  assiste até o indecoroso matar-se em massa.

As cenas do ano 1900, desenroladas na capital da República, durante a última epidemia, são “os noves fora nada” da obra do 15 de novembro. A máquina governamental, caríssima, não funciona nos momentos de crise. Não é feita para funcionar, senão para sugar com fúria acarina o corpodoente do animal empolgado.

De norte a sul o povo lamuria a sua desgraça e chora envergonhado o que perdeu.

Tinha um rei. Tem sátrapas.

Tinha dinheiro. Tem dívidas.

Tinha justiça. Tem cambalachos de toga.

Tinha parlamento. Tem antessalas de fâmulos.

Tinha o respeito do estrangeiro. Tem irrisão e desprezo.

Tinha moralidade. Tem o impudor deslavado.

Tinha soberania. Tem cônsules estrangeiros assessorando ministros.

Tinha estadistas. Tem pegas.

Tinha vontade. Tem medo.

Tinha leis. Tem estado de sítio.

Tinha liberdade de impressa. Tem censura.

Tinha brio. Tem fome.

Tinha Pedro II. Tem… Não tem!

Era. Não é.

Numa época terrível para a vida universal, em que cada país procurachefiar-se por intermédio dos homens de suprema energia, Wilson, Loyd George, Clemenceau, Ebert, o Brasil apalpa pescoço e não sente cabeça.Chegou a maravilha teratológica  duma acefalia inédita.

Anos atrás foi apresentado à Câmara dos Deputados um projeto de leimandando trasladar os restos de Pedro II para a terra natal. Aconsciência desse ramo do Legislativo, num assomo de revivescência,votou, em apoteose, a lei. Mauricio de Lacerda definira, nesse dia, a política republicana, como feita de alcouces e corrilhos.

A Câmara desmentiu-o por cinco votos. Mas o Senado confirmou-lhe oasserto, por quase unanimidade. Não convinha à turba desarcorhamphus, pacificamente acomodada em torno da presa adevorar a Pátria a transladação dos restos mortais. Quem sabe,conservariam essas cinzas algo da misteriosa força que caracterizou emvida Pedro II?

E viriam elas agindo pela presença perturbar a paz do festim? “Nada,não perturbemos nossa digestão” pensou o Senado. E o projeto caiu.

O Brasil é uma nação a fazer. Ou refazer, já que destruíram os alicercesda primeira tentativa séria. Cortado o fio da evolução natural,baralhados os materiais, dispensados os operários honestos e hábeis,hipotecadas as suas rendas, a política de hoje vive de uma indústria nova:aluguel da consciência. Cada empresa estrangeira aluga uma série. Deuma, a mais poderosa de todas, é sabido que chegou à perfeição de fichar comercialmente o preço de homens públicos.


“É a deliquescência final, o esverdear”…este estado de coisas é,entretanto, galvanizável. Bastaria repor na máquina a peça mestra quetudo coordena, essa forca catalítica sem a qual nenhum povo como onosso, instável, em formação, produto dos mais díspares elementosétnicos, conseguiu jamais alcançar as etapas sucessivas da nacionalidade.

Um homem, uma continuidade de ação, um pulso o bisneto de Marco Aurélio ou Rosas.

A força mansa que norteia o evoluir ou a força violenta que arrasa,desespera, e cria pela dor o instinto de defesa.

Tudo é preferível ao reino manhoso dos guzanos de boca dupla uma que mente ao povo, outra que o rói até aos ossos.

Esperemos em Anhangá, o deus brasileiro. Peçamos-lhe, neste mês dosaniversários imperiais, que ressuscite e reponha no seu lugar o espíritobom que neutralizava a influência dos espíritos maus.

É a nossa derradeira esperança, Anhangá…

segunda-feira, 12 de março de 2012

Gazeta Imperial

Está disponivel no site www.brasilimperial.org.br a nova edição da Gazeta Imperial, celebrando o aniversário de sua Alteza Imperail e Real Prícipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, além de muitos outros artigos interessantes. Acesse
 http://www.brasilimperial.org.br/imagens/gazeta/Gazeta_Imperial_Fevereiro_2012_web.pdf  e confira.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Informativo Ação!

Está disponivel no site da Frente Integralista Brasileira, a sexta edição do Informativo Ação, que trás o artigo que informa a criação do Núcleo Integralista de Sumaré!

Não deixe de ler!

Pelo Bem do Brasil!Anauê!

Link direto http://www.integralismo.org.br/?cont=-289