sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Apêndice Histórico sobre "A Mulher Nua"

Apêndice Histórico sobre "A Mulher Nua"
Sérgio de Vasconcellos

No Carnaval de 1948, a célebre naturista Luz del Fuego, compareceu ao tradicional baile de Carnaval do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, patrocinado pela Prefeitura do então Distrito Federal, em trajes de “Eva”, apenas com uma serpente de fantasia enrolada no corpo...
Indignados com tamanha demonstração de impudicícia, os diretores do Baile, arvorados em defensores dos valores morais, expulsaram a foliã. Como era de se esperar a imprensa, explorou avidamente o acontecido, publicando muitas fotografias reveladoras...
Diante de tanto farisaísmo, Plínio Salgado escreve um artigo de jornal, “A Mulher Nua”, uma das mais belas
e duras páginas da Literatura Brasileira, denunciando de forma contundente o falso moralismo e a hipocrisia da sociedade brasileira, mais revoltantes que o nudismo escandaloso da carnavalesca.

Em 1950, Luz de Fuego, sem o consentimento de Plínio Salgado, publica o citado artigo no seu hoje
raríssimo livro “A Verdade Nua”. O próprio Plínio Salgado incluiu, como um capítulo, aquele seu artigo no livro “O Espírito da Burguesia”, editado em 1951 e, posteriormente, na obra “O Livro Verde da Minha Campanha”, que é de 1956. Tudo continuaria no melhor dos mundos possíveis, se Plínio Salgado não resolvesse confrontar mais uma vez a burguesia brasileira, lançando-se Candidato à Presidência da
República, nas eleições de 1955.

Não tendo o que dizer do Fundador do Integralismo, homem de extremada correção moral, os inimigos do Brasil optaram por trazer à baila aquele artigo, acusando Plínio Salgado de imoral e defensor do nudismo. Diariamente, a “grande imprensa” falava de “A Mulher Nua”, evidentemente sem transcrevê-lo, e  distorcendo o seu conteúdo. Uma campanha de difamação sem precedentes na história política nacional.
Entre os que se empenharam nesta sórdida e repugnante campanha, achava-se o escritor Gustavo Corção, ainda na esquerda Católica, que tinha dois motivos para encarniçar-se contra o Autor da “Vida de Jesus”, um pessoal e o outro político: Em 1948, Plínio Salgado fora convidado pelo Bispo Dom Ballester Nieto, por indicação do Vaticano, para participar das Conversações Católicas Internacionais de San Sebastian, que tinham por finalidade elaborar um documento que seria a contribuição da Igreja Católica à Declaração Universal dos Direitos Humanos, da ONU. Sobre esta experiência, Plínio Salgado escreveu o magnífico livro ”Direitos e Deveres do Homem”, cuja leitura recomendamos a todos os Brasileiros. Pois bem, o Sr. Corção, que tinha a firme convicção, dado ser um dos líderes do laicato católico, que seria ele o convidado para representar a inteligência católica brasileira naquela prestigiada reunião, jamais perdoou Plínio Salgado por ter sido o escolhido, uma afronta...

Além desse injustificado ressentimento, o sr. Corção apoiava ao cripto-comunista Juarez Távora, também candidato à presidência pelo PSB.
Vários líderes religiosos vieram a público defender Plínio Salgado daquelas falsas acusações, mas vejamos apenas o que declarou Dom Antônio Lustosa, Arcebispo de Fortaleza: “Conheço o artigo de Plínio Salgado sobre o nudismo. Trata-se de uma clara condenação à decadência dos nossos costumes sociais. Considerar o artigo favorável ao nudismo é não entendê-lo ou, então, vira-lo ao avesso. Aliás a vida do ilustre escritor é incompatível com a doutrina pagã que o artigo verbera.”
Os que desejarem conhecer o relato do próprio Plínio Salgado sobre este episódio, deverão ler o “Livro Verde da Minha Campanha”, obra em que faz um balanço daquela sua campanha presidencial, e onde, no capítulo XI, trata do assunto.

www.integralismorio.org

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