À mocidade civil e militar do nosso Brasil;
aos homens e mulheres de todas as classes e etnias formadoras da Nacionalidade, sob as bênçãos de Deus e de nossos ancestrais, sonhando uma Pátria Nova, uma Nação Maior e Melhor, livre da miséria e dos preconceitos étnicos.
aos homens e mulheres de todas as classes e etnias formadoras da Nacionalidade, sob as bênçãos de Deus e de nossos ancestrais, sonhando uma Pátria Nova, uma Nação Maior e Melhor, livre da miséria e dos preconceitos étnicos.
O Integralismo, movimento cívico, político, cultural e social alicerçado numa visão integral do Universo e do Homem, luta pela edificação de um Estado Ético e de uma Democracia Orgânica e condena, à luz dos ensinamentos do Evangelho e de pensadores como Alberto Torres, todas as teorias defensoras da superioridade de determinadas etnias sobre outras. Defende, a Doutrina do Sigma, portanto, que o nosso povo é tão capaz quanto qualquer outro e que o Brasil deve se tornar efetivamente uma Democracia Étnica onde brancos, negros, índios, orientais, caboclos, mulatos, cafuzos e demais mestiços vivam em harmonia e em igualdade de deveres e de direitos em face da Sociedade e do Estado.
Os Integralistas, partidários da
harmonia social e étnica que somos, rejeitamos tanto a luta de classes
quanto a luta de “raças” e fazemos nossas as palavras de Plínio Salgado,
criador, Chefe perpétuo e principal doutrinador do Integralismo
Brasileiro, quando preleciona que “o problema do mundo é ético e não
étnico”.
Σ Σ Σ
Há milênios que têm se manifestado,
entre os diversos povos da Terra, o orgulho étnico. Os helenos, ou
gregos, por exemplo, movidos pelo orgulho que sentiam da magnífica
Civilização e da apurada Cultura por eles criadas, se julgavam
superiores aos demais povos, a que denominavam bárbaros. Mesmo grandes
pensadores da Hélade, como Aristóteles de Estagira, têm, em suas obras
filosóficas, passagens reveladoras de preconceitos étnicos.
Os romanos, criadores de igualmente
portentosa Civilização e Cultura, além de um vasto e glorioso Império
que dominou a quase totalidade do Mundo então conhecido, também viam os
demais povos como bárbaros. Cumpre ressaltar, porém, que, sobretudo a
partir do reinado de César Augusto, os preconceitos do povo romano
contra os demais povos do Império foram caindo, ao mesmo tempo em que
tais povos absorviam a Cultura Romana e a própria cidadania romana era a
eles estendida.
É provável, contudo, que nenhum povo da
Antiguidade tenha sido tão racista quanto o povo hebreu, como comprovam
diversas passagens do Antigo Testamento, valendo sublinhar que tal
racismo não se alicerçava no sentimento de orgulho diante de sua
Civilização e Cultura - que, aliás, estavam muito longe de figurar entre
as mais extraordinárias -, mas sim em sua crença religiosa.
O Cristianismo, porém, traz uma nova
concepção de Mundo, uma nova cosmovisão em que não há lugar para os
preconceitos baseados em uma pretensa pureza de sangue, no nível de
Civilização e de Cultura ou no poder e extensão de um Império. Cristo
universaliza o culto monoteísta, demonstrando que Deus não é o
privilégio de uma casta, uma classe, uma etnia, uma pátria ou uma nação,
estando em toda a parte, dirigindo o destino de todos os povos e
ouvindo toda a Humanidade, onde quer que um coração puro se eleve pela
Fé.
À luz da Fé Cristã, todos os homens são
irmãos, havendo sido criados pelo mesmo Deus onipotente e misericordioso
à Sua imagem e semelhança e remidos pelo sangue de Jesus Cristo.
A Igreja, fundada pelo próprio Cristo,
abre a todos as portas da salvação pelo sacramento do batismo, sendo,
ademais, a intérprete do Direito Natural. Todos são iguais diante deste,
que se constitui na leitura da Lei Eterna pelo Homem à luz da razão.
Na chamada Idade Média, quando a
Filosofia do Evangelho dominava as nações, a sabedoria e a virtude
penetravam as leis, os costumes e as instituições dos povos europeus;
quando era por Cristo e com Cristo que tudo se fazia; quando imperava,
enfim, a Civilização Cristã, não havia espaço para o racismo. A
denominada Idade Média, tão deturpada por seus adversários, os inimigos
da Cristandade, que a denominaram “Idade das Trevas”, foi, antes, cumpre
salientar, a “Idade da Luz” em que se erigiram as grandes catedrais, os
castelos e os mosteiros, se fundaram as universidades e se escreveram
obras do quilate da Suma Teológica, de Santo Tomás de Aquino, e da
Divina Comédia, de Dante Alighieri.
Havendo atingido, o Medievo, seu apogeu
no século XIII, entrou ele em decadência logo após, no período que
Huizinga denomina “Outono da Idade Média” e que foi marcado pelo
surgimento das ideias voluntaristas de Duns Scott e Guilherme de Occam.
Negando a ordem racional objetiva que se impõe à Vontade, sustentaram
eles o primado desta, preparando o caminho àqueles que, séculos mais
tarde, afirmando a plena autonomia da Vontade, negariam o fundamento
transcendente da Ordem Moral, Ética e Jurídica, erigindo o Estado em
fonte única da Moral, da Ética e do Direito.
Foi no “Outono da Idade Média”, ainda,
que surgiu o humanismo antropocêntrico, que faz do Homem e não de Deus a
medida de todas as coisas, e que se preparou a quebra da unidade do
Mundo Cristão, tão lamentada por Novalis, e o consequente fim da
fraternidade universal entre os povos, do universalismo professado pela
Idade Média, que não se pode confundir de forma alguma com o
cosmopolitismo de nossos dias.
A partir de Maquiavel, a concepção
cristã da política e das relações interestatais cedeu lugar a uma
concepção naturalista posteriormente desenvolvida por Hobbes, que, por
seu Leviatã, pode ser considerado, ao lado de Hegel, como o principal
precursor do Estado Totalitário. Este é condenado pelo Integralismo,
que, tendo uma concepção total do Universo e do Homem, considera o
Estado somente como parte, e não como um todo acima da Pessoa Humana e
dos Grupos Naturais.
Após as descobertas marítimas do século
XVI, vemos, nas colônias de determinadas potências européias, um racismo
pronunciado, que somente não existiu nas possessões ultramarinas de
Portugal e Espanha, onde houve, com efeito, forte miscigenação étnica e
cultural.
Nenhum século, contudo, foi tão racista
quanto o século XIX, quando – como demonstra Alberto Torres – certas
potências européias utilizaram as teorias racistas como justificativa
para sua política de expansão imperialista.
Os conceitos darwinianos de luta pela
vida, seleção natural e sobrevivência dos mais aptos logo foram
transplantados para o plano étnico e a ideia do Super-Homem, do
Além-do-Homem, que Nietzsche concebera inspirado no “Homem do Futuro”,
de Richard Wagner, e no “Único”, de Max Stirner, foi rapidamente
transformada na idéia de Super-Raça.
Foi nesta época que surgiram as obras do
Conde de Gobineau, de Vacher de Lapouge e de Houston Stewart
Chamberlain, todas elas fazendo a apologia da “raça ariana”. Sobretudo
este último, genro de Richard Wagner e autor de Os fundamentos do século
XIX, influenciou sobremaneira o Nacional-Socialismo, que, aliás, chegou
a conhecer e apoiar, sendo copiosamente citado por Hitler em Minha luta
e por Alfred Rosenberg em O mito do século XX e considerado por este o
arauto e edificador da Alemanha futura.
A semelhança existente entre as
doutrinas de Gobineau, Malthus, Vacher de Lapouge, Lagarde, Houston
Stewart Chamberlain, Gumplowicz, de certas filiações sociais e políticas
do darwinismo e mesmo Nietzsche, que chegaram, por origens e fontes
distintas e métodos pretensamente científicos à conclusão da existência
de uma superioridade morfológica, irredutível, de certos povos e etnias,
constitui a mais clara prova da natureza política de tais idéias,
predominantes na ciência social na segunda metade do século XIX. Não
podemos olvidar que Karl Marx tinha idéias profundamente racistas e
etnocêntricas, que usou, por exemplo, para justificar a invasão do
México pelos Estados Unidos da América e a colonização da Índia pelos
britânicos.
Foi Alberto Torres – primeiro
intelectual brasileiro a se bater contra as idéias racistas aqui
aceitas, integral ou parcialmente, por homens como Sílvio Romero, Nina
Rodrigues e Euclides da Cunha – quem observou que a ciência demonstra,
por meio da História, o valor das civilizações morenas. Todo o edifício
de superioridade teutônica caiu por terra, com a irrefragável
demonstração de que as fontes de nossa Civilização brotaram do cérebro
de homens do Mediterrâneo, frisou o autor de O problema nacional
brasileiro.
Hoje, após vários anos de experiências
genéticas, chegou-se à conclusão de que as diferenças entre um branco
nórdico e um negro africano não compreendem senão uma fração de 0,005 do
genoma humano.
Alberto Torres nos legou diversas lições
admiráveis nos planos político, sociológico e econômico, a despeito de
seu pensamento apresentar algumas falhas, quase todas fruto de seu
desapego à Tradição. Plínio Salgado, que soube como ninguém absorver as
lições positivas do mestre, ao mesmo tempo em que rejeitava seus erros, o
seguiu na luta contra o racismo, destacando sempre o uso deste por
determinadas potências com o fim de justificar suas políticas
expansionistas e ensinando que as nações desenvolvidas deviam tal
condição às suas reservas de hulha e de outros minerais vitais ao
incremento das atividades industriais e não à tão propalada quanto falsa
superioridade étnica de seus povos.
No Manifesto da Legião Revolucionária de
São Paulo, lançado na Capital Paulista em 1931, Plínio Salgado, havendo
demonstrado o que acabamos de afirmar, observa que a “situação de
desequilíbrio econômico entre os povos deve convencer-nos de que o único
caminho da independência, da verdadeira liberdade da afirmação nacional
está na criação de uma civilização de sentido geográfico, em
contraposição à outra, de sentido geológico. Ou melhor: uma civilização
espiritual com uma consciência maior da dignidade do homem. Uma
civilização que seja a primeira a clamar, no mundo contemporâneo, pela
valorização do homem, como força suprema, como mentalidade e como
espírito, como trabalho de vontade, como conjunto de forças
independentes de uma mecanização humilhante a serviço de um capitalismo
opressor, que exige em títulos de nobreza os títulos da bolsa e as
marcas aristocráticas dos automóveis de luxo.
Que nos valha, até certo ponto, a lição
admirável de Gandhi. Que as civilizações de expressões geográficas
cooperem o menos possível com os detentores de todas as forças do
imperialismo econômico dos países que nasceram ricos, por possuírem os
elementos materiais para a dominação irresistível dos povos por eles
denominados ‘fracos’ e das raças por eles chamadas de ‘inferiores’”.
1931 foi também o ano da fundação, nesta
mesma Capital, da Frente Negra Brasileira, cujo principal líder foi
Arlindo Veiga dos Santos, professor, pensador, jornalista, poeta e
criador do Patrianovismo, movimento patriótico, nacionalista, monárquico
e tradicionalista fortemente influenciado pelo Integralismo Lusitano e
surgido em 1928 com a fundação do Centro Monarquista de Cultura Social e
Política Pátria-Nova. A Frente Negra Brasileira, maior e mais sadio
movimento negro não apenas da História do Brasil, mas de toda a chamada
América Latina, teve o mérito de não combater apenas o racismo do branco
contra o negro, mas também o racismo do negro contra o branco, hoje
lamentavelmente presente na absoluta maioria dos ditos movimentos
negros.
Em 1932, no denominado Manifesto de
Outubro, documento que inaugura oficialmente o Integralismo Brasileiro,
Plínio Salgado volta a condenar o racismo, salientando que os
brasileiros das cidades se envergonham do negro e do caboclo de nossa
terra, havendo criado preconceitos étnicos originários dos países que
nos querem dominar. Mais tarde, em abril de 1934, o autor de Psicologia
da Revolução esclarece definitivamente a posição do Integralismo em face
da questão étnica, frisando que os Integralistas não sustentam
preconceitos étnicos, considerando o povo brasileiro tão superior quanto
qualquer outro e não nutrindo nenhuma prevenção em relação ao judeu:
“Não podemos querer hoje mal ao judeu, pelo fato de ser o principal detentor do ouro, portanto principal responsável pela balbúrdia econômico-financeira que atormenta os povos, especialmente os semicoloniais como nós, da América do Sul. O judeu-capitalista é igual ao cristão-capitalista (...). Ambos não terão mais razão de ser porque a humanidade se libertará da escravidão dos juros e do latrocínio do jogo das Bolsas e das manobras banqueiristas. A animosidade contra os judeus é, além do mais, anticristã e, como tal, até condenada pelo próprio catolicismo. A guerra que se fez a essa raça na Alemanha, foi, nos seus exageros, inspirada pelo paganismo e pelo preconceito de raça. O problema do mundo é ético e não étnico”.
Assim, o Integralismo rejeita o
antijudaísmo de cunho étnico, não fazendo distinção alguma entre o judeu
capitalista e o capitalista que se diz cristão, entre o açambarcador
que frequenta a sinagoga e aquele que vai à igreja e, do mesmo modo, não
distinguindo o judeu honrado, honesto, patriota e nacionalista
brasileiro do cristão igualmente virtuoso.
Em fins de 1935, Plínio Salgado redige a
Carta de Natal e Fim de Ano, onde ataca pesadamente o racismo e o
totalitarismo, denunciando os erros do Nacional-Socialismo e a
divinização do Führer como nenhum outro fizera antes dele.
O Integralismo, reunindo centenas de
milhares de brasileiros de todas as etnias, credos e classes sociais,
configurou-se como o maior movimento antirracista da História Pátria,
tendo merecido a admiração e o apoio de Arlindo Veiga dos Santos. Dentre
os negros ilustres que vestiram a camisa-verde, podemos destacar o
“Almirante Negro” João Cândido, o ativista negro, teatrólogo, escritor,
artista plástico e ex-Senador Abdias do Nascimento, o sociólogo
Guerreiro Ramos, o escritor e militante negro Sebastião Rodrigues Alves,
o professor de Direito, escritor e membro da Academia Sul-Riograndense
de Letras Dario de Bittencourt, primeiro Chefe Provincial da AIB (Ação
Integralista Brasileira) no Rio Grande do Sul, e o jornalista, escritor,
advogado, militante negro e professor Ironides Rodrigues, que durante
anos assinou uma coluna sobre cinema no jornal integralista A Marcha,
dirigido por Gumercindo Rocha Dorea. Este último, como editor, publicou
diversas obras de cunho antirracista.
Atualmente, a “esquerda” brasileira
substitui a luta de classes pela luta de “raças”, divulgando o mito da
“Nação bicolor”, incutindo nos negros e pardos o sentimento de ódio
contra os brancos e implantando, em nossas universidades, o injusto e
inconstitucional sistema de cotas, que nada mais é do que a
institucionalização do racismo em nosso País e que não serve senão às
potências que nos querem escravizar. Nós, Integralistas, nos opomos a
isso, proclamando que as injustiças, muito mais econômicas do que
étnicas, devem ser resolvidas pela Educação Integral de nosso povo e
pelo desenvolvimento da Economia, por meio da combinação da iniciativa
privada com a ação supletiva, corretiva e promocional do Estado, de
acordo com o princípio da subsidiariedade e tendo sempre em vista o
desenvolvimento do Bem Comum.
Σ Σ Σ
É contra todo e qualquer preconceito
étnico e em favor da edificação de uma verdadeira Democracia Étnica e de
um Estado Integral que luta a Frente Integralista Brasileira, único
Movimento que representa plenamente, em nossos dias, os ideais
patrióticos, nacionalistas, tradicionalistas e renovadores da Doutrina
do Sigma.
Sabemos que nosso combate contra as
idéias racistas e sobretudo contra sua institucionalização em nosso País
não será nada fácil, mas também sabemos que conosco está o Brasil
profundo, real e autêntico e que nos planos moral e ético a vitória já
nos pertence.
A 13 de Maio de 1888, a Princesa D.
Isabel, então Regente do Império do Brasil, assinou a Lei Áurea, pondo
fim à escravidão, mais profunda nódoa de nossa História. Hoje, passados
cento e vinte e um anos daquela data histórica, carecemos de pugnar por
uma Nova Abolição, pela Abolição de todo o nosso povo da escravidão
econômica aos grandes grupos financeiros internacionais. Para tanto,
chegado é o momento de desencadear as forças infinitas que dormem,
ignotas, no fundo da alma de nossa Nação.
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